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Alimentos orgânicos x Alimentos não orgânicos

A gente escuta muito no consultório sobre a dificuldade que alguns pacientes tem em adquirir alimentos orgânicos.

Muitas vezes, se olharmos bem de perto, a gente vai perceber que basta ajudar o paciente a encontrar locais que vendem alimentos orgânicos ou ajudá-lo a organizar um dia e horário para as compras.

Outros casos, o desafio é maior. Em alguns locais não existem comércio de orgânicos, em outros as opções são bem limitadas.

Para esses casos, eu oriento o manejo de algumas terapias eficazes na redução dos níveis de pesticidas, que disponibilizarei no final desse post.

Mas fique atento ao perigo dos agrotóxicos.

Um conjunto de evidências associa a toxicidade dos agrotóxicos a distúrbios encontrados na nossa população, como inflamação, estresse, disfunção mitocondrial, desregulação endócrina e imunológica.

Independentemente das intoxicações agudas que são comuns em alguns classes de pesticidas como organofosforados, a associação entre a exposição crônica e sub-letal a pesticidas e a prevalência de algumas doenças é um verdadeiro “fenômeno”.

A incidência de várias doenças malignas, neurodegenerativas, respiratórias, reprodutivas e o desenvolvimento de doenças metabólicas por diferentes vias de exposição a pesticidas (ambiental, residencial, parental) e sua associação com toxicidade reprodutiva e metabólica já são conhecidos.

Essa revisão “Pesticides: an update of human exposure and toxicity” (clique aqui para acessar o artigo) apresenta 43 doenças humanas associadas à exposição de pesticidas e sugere fortes evidências sobre o possível papel das exposições a pesticidas em diversas doenças humanas, como cânceres, Alzheimer, Parkinson, esclerose lateral amiotrófica, asma, bronquite, infertilidade, defeitos congênitos, hiperatividade com distúrbio do déficit de atenção, autismo, diabetes e obesidade. A maioria dos distúrbios é induzida por inseticidas e herbicidas.

O que podemos fazer?

É possível remover os agrotóxicos dos alimentos?

Sim, alguns estudos comprovam a possibilidade de diminuir a quantidade de agrotóxicos dos alimentos contaminados através de soluções baratas e caseiras. São algumas delas:

° Na medida do possível, descascar tudo o que NÃO for orgânico, principalmente aqueles alimentos que se consomem com casca;

° Lavar todos os alimentos em água corrente (frutas e verduras, arroz, milho, feijões, sementes e oleaginosas). Não só frutas e legumes, os farelos e gérmens também;

° Deixar de molho em solução salina (1 colher de sopa ou 10g de sal de cozinha para cada litro de água) por 10 minutos;

° Depois, deixar de molho em solução com vinagre (25ml por litro de água) por 10 minutos;

Esses passos já removem 2 grupos de agrotóxicos diferentes. Para ampliar ainda mais a remoção:

° Deixar de molho em solução com bicarbonato de sódio (1 colher de chá ou 1g por litro de água) por 10 minutos;

Lembrando que os passos anteriores devem ser realizados separadamente por 10 minutos cada. Sal de cozinha, vinagre e, se possível, bicarbonato, totalizando 30 minutos.

° Cozinhar ou ferver no vapor. Tratamentos térmicos também ajudam a reduzir agrotóxicos.

São soluções simples e ajudam a, pelo menos, diminuir o impacto dos agrotóxicos no organismo.

Mas, quando for possível optar, prefira sempre os alimentos orgânicos.

Não deixe de compartilhar essas informações com seus contatos!

Professor Gabriel de carvalho

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